terça-feira, 22 de maio de 2007

Muros e Grades - a estética do medo

"Nas grandes cidades, no pequeno dia-a-dia
O medo nos leva à tudo, sobretudo à fantasia
Então erguemos muros que nos dão a garantia
De que morreremos cheios de uma vida tão vazia..."

(Gessinger/Licks)



Numa sociedade de opostos, a guerra entre os que têm e os sem já não é mera figura de linguagem. A elite apresenta suas armas. Constrói seus castelos, enclaves fortificados, reconfigurando o espaço urbano, que passa a ser cada vez mais caracterizado pela estética do medo.

Apesar dos esforços arquitetônicos em conjugar beleza e intimidação, as residências da classe média alta tornam-se "belas" prisões. Paradoxalmente, só enclausurados, os proprietários vivenciam sua fictícia sensação de "liberdade". Mal sabem eles que os muros e grades somente os protegem do seu próprio mal.

Pra saber mais sobre o tema: Cidade de muros. Crime, segregação e cidadania em São Paulo, da socióloga Teresa Pires do Rio Caldeira. EdUSP, 2000. E escute Muros e Grades - Engenheiros do Hawaii

Um comentário:

Palude1986 disse...

Medo? Quem é que provoca o medo? Quem é que obriga algumas pessoas a provocarem o medo, porque não podem praticar um determinado tipo de comércio - porque o agente encarregado de terminar com o "medo" entra em áreas que não são de sua alçada, ao passo que negligencia ação em outras?