Quem costuma passar nas imediações da Praça dos Bombeiros, com certeza, o conhece. É o ébrio local. Toda cidade tem o seu, é uma daquelas figuras indispensáveis, que dão identidade à urbe. Algo assim como o juiz, o padre e o delegado. Só que mais útil.
Com gritos do tipo “negro sujo”, “puta vagabunda”, “viado sem-vergonha”, esse mendigo dá vazão à toda carga de preconceito que a cidade se esforça tanto por disfarçar, esconder embaixo do tapete de polida hipocrisia.

O ébrio local reflete sua sociedade despida dos véus de eufemismo que a escondem. Esse mendigo bêbado é o nosso mais fiel retrato.
(Com colaboração de Thaís B.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário