sábado, 23 de junho de 2007

O Esqueleto da Rio Branco


Não importa de onde se olhe. Ele se destaca na paisagem do centro, com sua ossada exposta, sua morte ereta cravada na avenida principal. Há quatro décadas está lá. Sem continuação e sem fim. A Galeria Rio Branco era o sonho dos prósperos investidores imobiliários dos anos sessenta. Um empreendimento inédito para a Santa Maria da época. Fabuloso como um elefante branco.


















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Mas a realidade os surpreendeu. Os proprietários endividaram-se, brigaram entre si e nos tribunais. A obra parou, ruiu e, por fim, foi abandonada de vez. Com o tempo, famílias pobres a ocuparam, fixaram sob seu teto precário a moradia possível.
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Até se pensou em recuperá-la para fins de habitação social. Mas os proprietários - embora não entrassem na obra há quarenta anos - construíram um muro para vedar suas portas aos incômodos habitantes miseráveis. Preferiram que ficasse vazio, atestando à posteridade sua incompetência e seu deslumbramento.
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Do elefante branco, resta o esqueleto que, aos poucos, torna-se mais um símbolo da Cratera Urbana.


(foto de Thaís B.)

2 comentários:

Anônimo disse...

barbaridade

Anônimo disse...

Pow, mas não tem como desmanchar isso ai aos poucos?