terça-feira, 16 de outubro de 2007

CPMF ou "Meu rico dinheirinho"

Enquanto o Congresso Nacional discute a prorrogação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF), pipocam declarações contrárias ao tributo. A julgar pelo veiculado nos meios de comunicação de massa, essa posição é um dos poucos consensos nacionais. Algo assim como o Pelé jogando bola. Aliás, quando se fala em tributos no Brasil há, de antemão, uma opinião formada: a carga tributária é excessiva. Discordar é burrice, insanidade, malcaratismo, heresia.

Pois sou inteiramente favorável à prorrogação da CPMF. A alíquota é de 0,38%, isto é, R$ 3,80 para cada R$ 1.000,00 movimentados em conta corrente. Para aqueles que movimentam grandes somas, se torna bastante. Mas, por exemplo, quem ganha R$ 800,00 por mês (70% da população brasileira ganha menos que isso, segundo o último PNAD) recolhe uma cerveja por mês aos cofres públicos. Muito menos do que paga pelos serviços do banco.

A CPMF – impossível de ser sonegada – é pesada para os especuladores financeiros, que vivem à custa da movimentação constante do capital. Por isso é tão combatida. Além disso, a contribuição exerce uma importante função extra-fiscal, auxiliando no controle à lavagem de dinheiro.

Dos 38 bilhões arrecadados em 2006, metade foi para o Fundo Nacional de Saúde, do resto, 10 bilhões custearam o Bolsa Família e outros 7 bilhões foram destinados ao custeio do auxílio-doença e do auxílio-maternidade, conforme noticia o Vermelho.

E não me importa se as bandas pop estão fazendo show contra a CPMF. Para mim, imposto significa redistribuição de renda.

4 comentários:

Fernando Borges de Moraes disse...

Se entendes como justa uma "distribuição de renda" das classes médias para as baixas tudo bem. Te asseguro que ela pouco atinge aos mais ricos...

Tomacaúna disse...

Concordo em parte. Os ricos não são atingidos como deveriam. Porém, a sempre "injustiçada" classe média, ao contrário do que ela própria pensa, "não sustenta este país". Os trabalhadores é que sustentam. Os mais pobres entre os assalariados. E pior: são os que mais precisam e menos desfrutam das benesses do Estado.

Tomacaúna disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tomacaúna disse...

Uma correção: dos 38 bi arrecadados, 21 bi foram para o FNS. Obrigatoriamente, uma alíquota de 0,2% é destinada à saúde. Restam 0,18%, que correspondem aos 17 bi destinados ao bolsa família e aos auxílios.