terça-feira, 11 de setembro de 2007

Furacão Yeda devasta Emater

As mudanças climáticas assustam os produtores de alimentos. Na região das Missões, o pessoal já olha com desconfiança para o sol entrando, vermelho - prenúncio de outra estiagem. Porém, mal sabem que a maior ameaça é o furacão que há meses ataca o Rio Grande do Sul. É o furacão Yeda.

A última vítima foi a Emater. Em sua política de corte de "gastos", a governadora demitiu 10% do quadro da empresa de extensão rural, acarretando prejuízo aos pequenos produtores gaúchos, que ficarão sem assistência técnica justamente na época do plantio (quando precisam dos projetos para obterem financiamentos, especialmente o PRONAF).

Conforme matéria de hoje do Diário de Santa Maria, na região central, nove escritórios municipais da Emater ficaram sem técnicos ou assistentes sociais, dezoito tiveram redução na equipe e um teve de fechar as portas porque todos foram demitidos.
O diretor geral da Secretaria Municipal de Desenvovimento Rural, ouvido pelo jornal A Razão, explica que a Prefeitura tinha um convênio com a Emater, o qual, com a redução drástica de pessoal, não poderá ser mantido nas mesmas condições. Ildo Callegari não acredita na redução de gastos alegada pelo governo estadual: "A tal economia que a governadora diz conseguir com a dispensa destes funcionários não existirá. Vamos perder, e muito, na produção agrícola do estado."

Acrescente-se às perdas na safra a indenização que deverá ser paga aos funcionários demitidos e cai por terra o argumento da economia. Quem conhece um pouquinho da realidade agrícola do Estado sabe que a Emater, antes mesmo das demissões, encontrava sérias dificuldades em atender aos agricultores. Ainda assim, o trabalho dos extensionistas vem sendo fundamental, especialmente para a agricultura familiar. Os funcionários da Emater não costumam rezar pela cartilha do agronegócio, incentivando tecnologias alternativas de produção.

Talvez esteja aí o grande motivo da renovação dos quadros da empresa. Mudar a cultura da Emater, pela mudança de seus funcionários. Quem sabe no final do governo Yeda não teremos a Emater prestando assistência técnica somente para as grandes monoculturas de soja transgênico e eucalipto?

E o pessoal acha que o problema é a seca...
imagem do furacão Yeda: Blog Celeuma

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