segunda-feira, 17 de setembro de 2007

São Borja

Me criei num lugarzinho chamado Cerro do Ouro, na divisa entre os (hoje) municípios de Santo Antônio das Missões, Garruchos e São Borja. Mas esta última foi sempre minha referência de “cidade”. Entretanto, antes de sair de lá, jamais pensei que, pouco depois, trabalharia justamente com esse tema.

É certo que nossas vivências são fundamentais para a formação de conceitos e posições ideológicas. Sendo assim, muito de minhas idéias sobre Urbanismo e Direito Urbanístico têm raízes nas ruas de São Borja, onde passei boa parte da minha vida e travei os primeiros combates com esse monstro de concreto e asfalto, vulgarmente chamado de cidade.

Passado alguns anos, voltei à São Borja e fiz um esforço em reconhecê-la, vê-la com olhos de primeira visita. Esforço vão. Os significados da cidade só surgem pelas relações que estabelecemos com seus elementos e de nada serve ignorar lembranças e sentimentos que evocam. Seria negar a própria essência do espaço urbano, como espaço fundamentalmente humano, definido pelas relações sociais que determina e expressa.

De agora em diante, publicarei algumas matérias acerca de São Borja, típica cidade gaúcha da região da Fronteira, destacando o contraste com Santa Maria. Inevitavelmente, a análise de uma e outra vai estar impregnada das minhas impressões pessoais. Assim, inicia-se uma série aqui no Diário que, embora não trate diretamente desta Cratera onde atualmente resido, retorna às origens do blogue (ainda não consigo me acostumar com esse termo), tratando de Urbanismo – de uma forma bem pouco ortodoxa, é verdade.

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