sábado, 19 de janeiro de 2008

Artigo: Espaço Público na Cidade Contemporânea I

O texto a seguir é a primeira parte do artigo A Problemática do Espaço Público na Cidade Contemporânea, de Letícia Castro Gabriel, que será publicado em capítulos nos próximos dias. Com o último capítulo, a bibliografia completa.

A Problemática do Espaço Público na Cidade Contemporânea
por Letícia Castro Gabriel

Este ensaio intenta estabelecer análises preponderantes sobre a problemática na construção dos espaços públicos na cidade contemporânea, partindo de uma premissa relativa à importância do imaginário social como um conjunto de sistemas simbólicos de idéias e imagens de representação coletiva, os quais correspodem aos aspectos socio-culturais, que se aproximam dos laços afetivos e simbólicos dos atores sociais envolvidos nos processos de apropriação dos espaços urbanos. E ainda, das alterações espaço-temporal advindas com a contemporaneidade, ou seja, pela transição entre o “espaço público” e o “público”, conotando uma territoriedalidade instantânea e mometânea a um determinado espaço, alterando consideralvemente tanto o comportamento e a percepção da coletividade quanto a produção dos espaços públicos na cidade atual.
Conceitos: O Espaço público
São várias as conceituações para o espaço “público” urbano, o qual, de maneira geral, pode-se definir em um espaço central que dá realidade material e simbólica a cidade (Arroyo, 2005), ou seja, entendendo-o como um território específico dotado de suas próprias marcas e signos de delimitação (Arroyo, 2007) e que é pensado como plural e condensador do vínculo entre a sociedade, o território e a política (Novick, 2003).
Também são espaços de livre acessibilidade, de uso comum dos cidadãos e de coesão da sociedade, apresentando como características o fato de ser geral (refere-se a cidade como uma totalidade), coletivo (para uso e disfrute de todos os habitantes), comum (pertence aos cidadaos e são regidos pelo direito público) e representam uma hierarquia no ordenamento urbano (corresponde a interesses superiores por representar o bem comum) (Arroyo, 2005). Ainda, o espaço público constitui a cidade tanto em sua dimensão físico-espacial quanto sociocultural, sendo que os processos que ali se desenvolvem são capazes de dar sentido à vida pública dos cidadãos.
Ainda, o espaço público também apresenta como indicadores as formas físicas, os usos sociais e os significados culturais, o qual passa a ser socializado a partir do momento em que há um consenso, um acordo entre a população que participa desse processo. Além disso, são múltiplas as implicações do espaço público passando pelas dimensões estatal (o marco normativo, as instituções oficiais e a vigência do direito), sociopolítica (o exercício da cidadania, a consciência política) e sociocultural (os imaginários sociais e os processos simbólicos da vida urbana).
Assim, todos os elementos sejam eles materiais ou abstratos conotam uma linguagem através da qual o espaço público é manifestado e representado. Portanto, para a sua produção, identificam-se atributos de ordem funcional e de ordem cultural. Quanto à qualidade funcional, associa-se ao grau de atendimento às necessidades as quais geraram a existência deste espaço. Já a qualidade cultural associa-se ao grau de satisfação associado à imagem e memória a que este espaço remete, evoca, sugere, e que se constitui no imaginário coletivo de uma determinada comunidade, o qual pressupõe subjetividade e, mais ainda, inúmeras percepções individuais e, por isso, mais próximas às características humanas.
Letícia Castro Gabriel é estudante de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Maria, em mobilidade acadêmica na Universidad del Litoral, Santa Fé, Argentina.
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Este é um artigo assinado. O seu conteúdo é mérito e responsabilidade da autora e pode ou não refletir a opinião do redator do Diário da Cratera Urbana.

Um comentário:

Anônimo disse...

interessnte!