terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Dando voz ao outro lado


De O Diario.info, via Blogoleone.

Ana Catarina - As FARC são apresentadas, nomeadamente na Europa, como guerrilha terrorista e os seus dirigentes acusados de envolvimento no narcotráfico. O tema dos sequestros é muito utilizado nas campanhas contra vocês. A sua manipulação é tão eficaz que conduz à dúvida, inclusive, pessoas progressistas. O que tem a dizer sobre o assunto?
Juan Leonel - Na nossa história sempre houve calúnias para deslegitimar a guerrilha. Primeiro chamaram-nos bandoleiros e assassinos. Depois, quando existia o campo socialista, o embaixador Louis Stamb apelidou-nos de narco-guerrilha, logo utilizado pelos meios de comunicação. Como não dispomos praticamente de imprensa é essa a informação difundida pelo mundo.

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Em entrevista com Juan Leonel, das FARC, realizada há dias numa cidade da América Latina, a autora aborda temas que permitem àquele comandante das FARC desmontar campanhas caluniosas contra a guerrilha de Manuel Marulanda e abordar o tema dos chamados sequestros e a acusação de envolvimento no narcotráfico.
Esclarecimento

O presidente fascista da Colômbia, Álvaro Uribe, acaba de suspender o diálogo sobre o Intercambio Humanitário, retirando ao presidente Hugo Chavéz e à senadora Pidedad Córdoba autorização para desempenharem o papel de mediadores entre as FARC e os representantes do seu governo. Uribe invoca como pretexto o facto de Chavéz ter falado directamente, pelo telefone, com o general Montoya, comandante chefe do Exército da Colômbia.

A decisão do presidente colombiano, que vai contribuir para aumentar o seu desprestígio na Europa, não retira actualidade à entrevista de Ana Catarina Almeida com o comandante Juan Leonel. Uribe fechou mais uma vez a porta ao Intercâmbio Humanitário.
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Vale a pena ler a entrevista de Juan Leonel a Ana Catharina Almeida, em O Diário.info.

• Foto: Jason P. Howe

3 comentários:

Anônimo disse...

Ingrid Betancourt. Tanto respeito têm esses terroristas pela democracia que não só se recusam a se submeter às suas regras, como também explicitamente desafiam o Estado de Direito.
Bandoleiros que são, devem ser tratados como tal.

Curioso que o autor chama Uribe de "fascista". Isso virou lugar-comum, eu nem deveria responder; mas Uribe foi eleito, e governa dentro dos limites legais, não é arbitrário. Recomendo ao autor do blog que use o mesmo peso e a mesma medida para julgar as FARC, e verifique a conclusões inevitavelmente chegará...

-Bruno B. Lauda

Anônimo disse...

A imprensa d modo geral faz um coro em uníssono, pq um blog teria q dar + força para a grande mídia? Vejo os blogs hj (ñ tds, claro) como a imprensa nanica na época da ditadura, um espaço "Livre" para opiniões diversas e sem a preocupação da censura (embora tb haja). Talvez esse espaço só seja livre pq a exclusão digital é enorme, qd os operários, trabalhadores comuns tiverem livre acesso à internet seja o sinal q chegou a hora de se tomar uma decisam para continuar mantendo a população mal informada.
Não me sinto mt apta a comentar + profundamente a kestão das FARC, mas li td a entrevista, e me impressionei com o número d mulheres, 35%! Acho super bom, e espero mesmo q elas ñ ocupem o lugar "doméstico".

Tomacaúna disse...

Ane, tu estás certíssima. Não é a toa que o título da matéria é "Dando voz ao outro lado". Nas últimas semanas, as grandes corporações de mídia bombardearam a todos com uma visão unilateral do que ocorre na Colômbia. O mínimo que podemos fazer é conhecer o argumento do outro lado.

E por falar em argumento do outro lado, Bruno, eu aprecio muito que faças o contraditório neste espaço. Mas não posso deixar de lembrar do teu comentário sobre Chavez (que também "foi eleito e governa dentro dos limites legais"). Mas Uribe é democrático e Chavez é ditador... Certo está o Cesar Xrmr (o do Animot, não o deputado): a semântica (e a memória) não é o forte da direita.