domingo, 9 de dezembro de 2007

Arte de vanguarda na Gare

Algumas iniciativas de vanguarda em Santa Maria justificam o título de "Cidade Cultura". Esta é uma delas. O pessoal do OAM (ateliê de Objeto-Arte e Multimeios, do curso de Artes Visuais da UFSM) vai expor seus trabalhos na Gare da Estação Férrea a partir do dia 10 de dezembro, às 19h.

A professora Tetê Baranchini, orientadora do OAM, apresenta a exposição:
_____________________
Os trabalhos desta exposição são pesquisas que direta ou indiretamente perpassam as questões pertinentes ao “objeto”, pois não se pode pensar em arte contemporânea apenas no sentido de revisão da modernidade, mas se faz necessário colocar-se de forma incisiva nas poéticas os rompimentos de um tempo que já é posto.

Neste sentido torna-se perceptível a liberdade que se faz presente nas escolhas de suporte ou de linguagem aqui apresentadas. Existem os que se aproximam do bidimensional, assim como aqueles que se entregam ao espaço, e por vezes ao corpo, convidando o espectador a compartilhar de forma mais efetiva em suas ações. Mas todos buscam como objetivo o estranhamento perante o que esta estabelecido e firmado.
_____________________
Quero destacar que a escolha do local da exposição é um dado muito importante. A Gare da Estação é um espaço extremamente popular, além de ter um forte conteúdo histórico. Gostaria de ver essa possibilidade de interação da arte de vanguarda com a cultura popular se repetir mais vezes. Talvez fosse o caso de um projeto permanente no local, mesclando a produção artística acadêmica e da população, permitindo o diálogo entre ambos. Além disso, um projeto desse tipo poderia combater a absoluta falta de alternativas culturais na cidade (especialmente para a população não-universitária), já que os poucos espaços existentes são altamente restritos.

Só para dar uma idéia do teor da exposição, veja alguns dos trabalhos, com a apresentação dos próprios autores:

Anelise Witt: "Banner do frame 212 do vídeo Live TV"


Assim como a televisão tornou-se “onipresente”, o indivíduo que ela, enquanto a grande difusora de imagem e informação “cria”, também torna-se onipresente, não por possuir poderes paranormais, mas gerar indivíduos-padrão tanto aqui quanto lá.

Mônica Spohn: "Ação_RoupaMeia I"

A exibição não é necessariamente pública, ela é, antes de tudo, essa intimidade do corpo oferecida ao olhar do Outro. É preciso distinguir as maneiras de mostrar-se e a vontade de fazê-la como um ato estético. Este é o meu corpo, meu corpo real, que se torna representado e exibido através da auto-imagem fotógrafica.
Micheli Daronchi: "Corpo/ Acesso"


A descoberta do mundo, a experiência deste assim como todo
conhecimento efetuam uma passagem obrigatória por nosso corpo; nisso,
nosso corpo é um lugar de passagem.
Marcelo Forte: "Particípio, presente do infinitivo"
Oque vocês fazem quando estão juntos?
Vocês pensam? Não, a boca não deixa.
Vocês falam.
O que só vocês podem entender.
Raugoshi (s/ título)

Cores vibrantes e sonoridade de midias criam espaços de "lazer" , nesses o público tem a oportunidade de desenvolver a relação humor/participante através das diferentes formas que a ação da estrutura pode tomar perante o desenvolvimento do público junto a ela.

Kalinka Mallmann: "Série e/ou"


Você escolhe, manipula e olha.

____________________

A exposição fica na Gare até a primeira semana de janeiro. Programa obrigatório.

2 comentários:

Anônimo disse...

Vai ficar mt sem graça eu ficar elogiando um evento q participo tanto qt organizadora qt expositora (e designer contratada, hehehe).
Bom, o evento vale tanto pelos trabalhos qt por inaugurar um espaço q estava fechado, mas vale ressaltar q o espaço ñ dispõe d incentivo para se tornar uma verdadeira sala d exposição. Um exemplo disso é q a exposição ficou a semana td fechada, pois o espaço ñ dispõe d pessoas q cuidadem a exposição (o q td a sala d exposição deve ter). Isso é lamentável, pois a proposta da exposição coletiva do OAM é mostrar um produção q ñ é vista nas vitrines na cidade em um espaço fora do circuito comercial, para um outro público.
Mas a cidade cultura é assim, mostra-se só copos de leites, girassóis e outras coisas meigas e q combinem com a decoração da casa das pessoas, afinal, arte é isso, um reles objeto decorativo sem nenhuma outra kestão embutida.
E só para finalizar, agradecemos ao líder "despótico" deste blog pelo apoio na divulgação da nossa expo!

Tomacaúna disse...

O líder depótico é que agradece pelas obras de vocês estarem enobrecendo este pasquim eletrônico.

Sobre a "cidade cultura", concordo plenamente contigo. É incrível como um lugar que reúne tanta gente qualificada, cosmopolita, et al, consegue ser tão provinciana... é a essa burguesia comercial que segue controlando as coisas, com a conivência, inclusive dos "intelectuais" da Univresidade, que agradecem as salinhas de shopping...

Insisto que a gare deva ser transformada num espaço cultural (com a infra-estrutura necessária) que aproxime o que é criado na Universidade com o que é criado pelo povo...